sábado, 22 de agosto de 2009

Alinhamento Entre a Estratégia de negócio e a Estratégia de TI nas Universidades

Nos países emergentes, companhias que investem em tecnologia da informação avançam mais rápido do que concorrentes que não designam recursos para essa área, mostra pesquisa do Banco Mundial. Os resultados da pesquisa Information and Communications for Development 2006, do Banco Mundial (Bird), mostram que, nos países em desenvolvimento, as companhias que investem em TIC cresceram 9,5 vezes mais que os rivais que não possuem projetos na área, entre 2000 e 2003. Enquanto o primeiro grupo viu suas vendas subirem 3,8% no período, os últimos avançaram apenas 0,4%.

É de se observar que o setor de TI tem muito a oferecer ao negócio e pode potencializar o desenvolvimento das corporações que utilizem a tecnologia a seu favor. A prova disso são os sistemas para gestão que integram as diferentes áreas de uma organização, gerando informações rápidas, completas e confiáveis aos gestores, conforme a necessidade da organização. Sendo assim relevante este trabalho.

VICENZI (2006) ao perceber que o estudo sobre as estratégias de negócio e a estratégia de TI estarem sempre em debate, porém o alinhamento entre eles ser pouco trabalhado e menos ainda o alinhamento dos mesmos na Universidade, utilizou-se dessa justificativa para, em sua Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da FURB, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Administração, identificar o alinhamento entre as estratégias de Negócio e de TI na Universidade Regional de Blumenau (FURB). VICENZI utilizou-se dos métodos qualitativo e exploratório, coletando dados com questionários e entrevista. No resultado de sua pesquisa, conclui-se que a Universidade Regional de Blumenau tem um nível médio de Estratégia de Negócio, não tem uma Estratégia de TI que a diferencie das demais Universidades e não possui o alinhamento entre as Estratégias de Negócio e de TI, mostrando assim que a TI não vinha sendo utilizada para obter vantagem competitiva, mas como simples suporte operacional.

Segundo [03] e [04], a dificuldade para agregar valor aos investimentos em TI são causados principalmente por dois motivos: a falta do alinhamento entre a estratégia de negócio a estratégia de TI pelos que estão fazendo os investimentos e também pela falta de um processo administrativo dinâmico para assegurar o contínuo alinhamento entre o negócio e o domínio da TI.

O processo de formação das estratégias de gestão na Universidade, principalmente públicas, também é um ponto muito importante e que deve ser observado. REBELO (2009), em seu trabalho, observou como ocorre o processo de formação das estratégias de gestão na Universidade pública sob o ponto de vista da Teoria da Complexidade, e com um estudo longitudinal com base em análise documental, em entrevistas semi‐estruturadas e em observações diretas realizadas na instituição, evidenciou-se que a instituição estudada, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), “orienta seus processos de formação de estratégia, expressos em seus Planos de Gestão, basicamente pelos modelos racional‐formal e negociado, mas que vem modificando sua prática no sentido de incorporar também o modelo de construção permanente.” REBELO (2009, p.136)

Os projetos da Instituição estão, também, diretamente ligados a estratégia da mesma. Segundo Abertin (2001), a TI é vista como uma das mais fortes influências no planejamento das organizações e a pesquisa por ele realizada concluiu que a grande maioria das empresas consideram que a TI tem grande valor estratégico. Além disso, a utilização da TI, muitas vezes, significa uma mudança profunda nas organizações e, portanto, deve ser planejada e preparada para que se garanta seu sucesso.

Atualmente, organizações de todos os tipos têm buscado a utilização cada vez maior e vasta de Tecnologia de Informação (TI), visando um melhor controle da organização, maior competitividade, e otimização de suas operações.

Segundo Albertin, o ambiente empresarial, em nível mundial e nacional, tem passado por profundas mudanças nos últimos anos, as quais têm sido consideradas diretamente relacionadas com a TI. Essa relação engloba desde o surgimento de novas tecnologias, ou novas aplicações, para atender às necessidades do novo ambiente, até o aparecimento de oportunidades criadas pelas novas tecnologias ou novas formas de sua aplicação. [01]

Hoje em dia, os serviços educacionais, em especial de instituições privadas, estão inseridos em um contexto de grande turbulência e competitividade, necessitando de imediata reestruturação, reorganização, flexibilização, adaptação e modificação em seus aspectos políticos, sociais, ambientais e econômicos para continuarem atuantes no mercado. [02]

Apesar da insuficiência de estruturas fundamentais (tecnologia, estratégia de negócio, estratégia de TI, infra-estrutura organizacional e de processos) que permitam o entendimento do seu real potencial, a Tecnologia de Informação, tradicionalmente vista como uma função meramente tática, tem assumido um papel acentuadamente estratégico dentro das organizações, confirmando, assim, a importância de seu alinhamento ao Planejamento de Negócios. [04]

Segundo Rezende, a adoção de uma metodologia que privilegie a Tecnologia da Informação - alinhando os recursos tecnológicos e de negócios aos serviços prestados e à educação profissional - requer exercícios práticos, embasados em uma sólida fundamentação teórica, que estabeleçam relações com atividades cotidianas, dinâmicas e inteligentes do planejamento estratégico da organização.

Nessa conjuntura, as Instituições de Ensino Superior – IES – têm dificuldade em encontrar o momento adequado para integrar as estratégias de negócio e de TI, de forma que essa integração resulte em um diferencial, em vantagens competitivas, em uma melhor interação entre os gestores e em um melhor controle das informações, possibilitando assim tomar decisões melhores e mais rápidas.