domingo, 7 de junho de 2009

A lenda do Peixinho Vermelho...

Cultura e Mudança Organizacional

A lenda do peixinho Vermelho retrata muito bem a estrutura organizacional a qual ainda vivemos hoje. Desde a Idade Média que as grandes idéias para inovações, eram chamadas de loucuras e ainda hoje demoram muito para serem postas em prática. A mudança é um processo continuo e é importantíssimo mudarmos em sincronia, sempre buscando melhorar.

Muhammad Yunus, um economista com idéias pouco convencionais, nascido em Bangladesh e com Ph.D. pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, defende que o acesso ao crédito deveria ser um direito universal do ser humano. Defende, também, que toda pessoa é empreendedora por natureza. Segundo ele, em meados dos anos 70, emprestou US$ 27,00 tirados do próprio bolso a 42 cidadãos pobres que viviam nas redondezas da Universidade de Chittagong, onde lecionava, em sua cidade natal. Ele não só recebeu de volta o dinheiro como percebeu que o empréstimo melhorou as vidas daquelas pessoas.

Com base nisto e em sua experiência tentou convencer grandes bancos tradicionais a emprestar dinheiro à população pobre de Bangladesh. E o que será que aconteceu? Yunus não conseguiu. Nenhum banco acolheu a idéia, com certeza o chamaram de louco. Mas não desistiu e em 1983 conseguiu criar o Grameen Bank que hoje empresta dinheiro sem garantias e a taxa de inadimplência é menos de 2%. A instituição já emprestou mais de US$ 6 bilhões e já tirou mais 3 milhões de pessoas debaixo da linha da pobreza.

A mudança é contínua e devemos estar maleáveis para mudarmos junto com elas, mudar é uma questão de sobrevivência (Erich Fromm). Temos muitas Teorias Administrativas a disposição, precisamos apenas analisar o problema, e de acordo com as características do mesmo, utilizar a teoria adequada ao ambiente e a que solução queremos chegar. A teoria Contingencial, por exemplo, utiliza de várias outras teorias para buscar a solução dos problemas. Ela verifica quais os modelos de estrutura organizacionais mais eficazes para cada ambiente contingencial de forma a obter o melhor retorno dos objetivos. Segundo Chandler o processo histórico das grandes empresas Du Pont, General Motors, Sears e Standard Oil, mostra que, na historia industrial dos últimos cem anos, a estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi sendo gradativamente determinada pela sua estratégia mercadológica. A estrutura organizacional corresponde ao desenho da organização, isto é, à forma organizacional que ela assumiu para integrar seus recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano global de alocação dos recursos para atender a uma demanda do ambiente.

Portanto, mudar é preciso, seja pela sobrevivência, seja pela liderança. O importante é aprendermos com ela, extrairmos o que há de bom, e inovar. No meio de fortes mudanças podem surgir novas necessidades e destas necessidades novos negócios, basta estarmos atentos para percebê-las. Impor resistência e tentar impedir as mudanças é nadar contra as ondas, por que não conhecer a nova onda, subir em cima dela e crescerem juntos, indo o mais longe que a onda possa os levar?

Referências:

Managerial Hierarchies - Comp. Persp. on the Rise of Modern Industrial Enterprises, com H. Deams (HBS Press, 1980). Strategy and Structure (1962) Alfred D. Chandler. Revista Época, Edição 10, Dezembro de 2007.

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